quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

A NOVA PERSPETIVA SOBRE O BULLYING E OUTROS ENSAIOS. (FREE DOWNLOAD)



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                                            A NOVA PERSPECTIVA SOBRE O BULLYING

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

MENSAGEM DE NATAL.





Que nesta semana de Natal, sem se importar com qual será a crença de quem irá ler este texto, seja uma semana de luz, paz e reflexão.
Que não importe em que você acredite que esta data seja realmente uma oportunidade de renascer, de amar profundamente seus familiares.
Minha querida avó, sempre foi o espírito natalino de minha família. Com ela aprendi tudo o que sei sobre a importância dessa data.
Dentre os muitos ensinamentos, aprendi o sentido do Natal:
“Que na noite de Natal, seja uma noite de sorrisos, ternura familiar, e compreensão entre as almas que se amam com profundidade.
Que o sorriso vença as preocupações e que os sentimentos sejam mais importantes do que as coisas.
Que o amor em família vence as dificuldades, limpa a alma, renova os corações e colore a vida.
As coisas servem apenas para um momento, mas, a lembrança dos momentos em família é eterna.
Que haja esperança, amor e vida em cada uma das mesas de Natal em que haja uma família. Não importando o caráter da ceia natalina.”
A minha noite feliz sempre foi ao lado de quem eu amo. Então, do fundo do meu coração, desejo que todos possam passar seus Natais com suas famílias para que sintam o amor em seu estado sublime e incontestável, pois, isso é felicidade.
Eu fui iluminado nesta vida por sempre poder externar meus sentimentos aos que amo: meus familiares e amigos.
Por isso, desejo-lhes que amem muito:
Amem, abracem, externem o que sentem enquanto tem essa rica oportunidade.
A vida passa, nossas existências se esvaem, mas, o amor e a esperança que dela podem nascer, esses ficam pela eternidade.
Eu desejo-lhes um infinito amor.
FELIZ NATAL!


 ALEXANDRE SALDANHA

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Artigo na Gazeta do Povo (caderno Justiça e Direito) Considerações jurídicas sobre o bullying sob a ótica da responsabilidade civil


ARTIGO

Considerações jurídicas sobre o bullying sob a ótica da responsabilidade civil

Alexandre Saldanha, advogado, palestrante, é fundador da Liga Anti-bullying, especialista em bullying, em mobbing e em direitos da personalidade
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07/12/2012 | 00:12
O bullying pode ser compreendido como um conjunto de ações caracterizadas com a exposição continuada ao longo do tempo a um comportamento repetitivamente agressivo entre crianças, adolescentes e jovens em idade escolar, que envolve um desequilíbrio de poder.
Originalmente, o bullying era uma expressão para sinalizar o assédio moral praticado entre crianças e adolescentes. No entanto, nos anos de 2007 até 2011, ganhou enúmeras variantes como o mobile bullying (praticado por mensagens de celular) e confundido com o mobbing, conhecido nos Estados Unidos e na Inglaterra como bullying at the work e cyberbullying.
O bullying é um gênero de uma espécie de agressão denominada assédio moral, pois, segundo o conceito de Marie-France Hirigoyen, o assédio moral é um conjunto de atitudes perniciosas e imperceptíveis, praticadas no dia a dia, com a finalidade de humilhar o outro de forma perversa.
A exposição contínua aos ataques do bullying torna suas vítimas inseguras e pouco sociáveis, ato que dificulta o pedido de auxílio. Outras sequelas são a passividade quanto às agressões sofridas, e um círculo restrito de amizades. Muitos passam a ter baixo rendimento escolar, resistindo e simulando doenças com o interesse de não comparecer mais às aulas ou até mesmo abandonando os estudos. Em casos mais sérios pode levar ao suicídio.
Qualquer variante do bullying é considerada ato ilícito, por assediar o bem-estar psíquico e físico da vítima. O código Civil Brasileiro prevê em seu artigo 927 o dever de indenizar o ato ilícito. Da mesma forma pontifica em seu artigo 186 que os danos eminentemente morais também deverão ser indenizados.
Neste diapasão, a Constituição Federal, em seu artigo 5.º, inciso X, prevê a indenização nos casos de violação a qualquer direito fundamental do ser humano. Sem possuir a moral incólume, o indivíduo deixa de obter amor próprio, não acrescenta valores ao seu íntimo, não contribui com a sociedade e não evolui como pessoa, nem consegue assimilar conhecimentos de qualquer ordem.
O bullying pode ocorrer em escolas públicas ou particulares, em lugares públicos ou em ambiente cibernético, neste, em particular, observamos que os agressores sempre estão sob a vigilância de alguém, sejam os pais, sejam os donos de escolas.
No tocante ao dever indenizatório nos casos de bullying, deve-se ter em mente que a responsabilidade civil da escola ou dos pais é objetiva, ou seja, independe de culpa ou dolo. O que determinará a existência do bullying é a ligação entre o ato de assediar e os danos decorrentes dele.
Já o responsável pela indenização será determinado conforme o local de ocorrência da agressão, ou seja, se ocorrer dentro do ambiente escolar, será da instituição de ensino, ou, se ocorrer enquanto permanecer em companhia da família, será dela a responsabilidade.
No que tange à instituição de ensino, observa-se que o art. 932, IV do Código Civil trata da responsabilidade de escola que, mediante uma remuneração, mantém sob sua guarda e orientação pessoas para serem educadas. Essa categoria de pessoas responde objetivamente e solidariamente conforme os artigos 933 e 942, parágrafo único do Código Civil, pelos danos causados a um colega ou a terceiros por atos ilícitos durante o tempo que exercem sobre eles vigilância e autoridade.
Caso ocorra quando os filhos estão sob a guarda dos pais, deve-se ter em mente que eles têm o dever de garantir o conforto, a educação e transmitir valores morais para seus filhos com o intuito de prepará-los para o convívio social. Também é parte desse poder a previsão feita pelo Código Civil brasileiro de que os pais são sempre responsáveis pelos atos dos filhos menores, independentemente de culpa.
Se os filhos praticarem bullying cibernético no computador doméstico, lugares públicos ou em lan houses enquanto estiverem sob a vigilância dos pais, serão estes os responsáveis pela indenização dos danos decorrentes da agressão. Esses fundamentos jurídicos são trazidos pelos artigos 1.634, 932, inciso I, e 933 do Código Civil brasileiro.
Deve-se ressaltar que é do modelo de educação familiar que emanam regras de convívio social e modelos de conduta nas relações intersubjetivas que, até os oito anos de idade, são recebidos, processados e reproduzidos como corretos em ambientes externos, como escolas, colégios e ambientes cibernéticos, por isso, a responsabilidade objetiva da família.
Portanto bullying é espécie de assédio moral indenizável, cuja responsabilidade civil objetiva é das escolas e dos pais, dependendo do local onde ocorra.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O CONFLITO ENTRE TERMO BULLYING USADO NO BRASIL E O TERMO ORIGINAL CRIADO POR DAN OLWEUS E APERFEIÇOADO PELA ORGANIZAÇÃO STOP BULLYING.



Conforme a literatura científica brasileira, o conceito de bullying é em suma, diferente dos conceitos originais propostos por Olweus, o cientista precursor dos estudos desta violência no mundo. Vejamos cada um destes conceitos brasileiros:
Cleo Fante define bullying[1] como “o desejo consciente e deliberado de maltratar uma outra pessoa e colocá-la sob tensão (...)”.
Para Ana Beatriz Barbosa Silva[2], o bullying “pode ser adotado para explicar todo tipo de comportamento agressivo, cruel, proposital e sistemático inerente às relações interpessoais”.
Para Lélio Braga Calhau, o bullying “é um assédio moral, são atos de desprezar, denegrir, violentar, agredir, destruir a estrutura psíquica da outra pessoa sem motivação alguma e de forma repetida”.[3]
Já para Gabriel Chalita, bullying é o termo designado para descrever o  “habito de usar a superioridade física para intimidar, tiranizar, amedrontar, humilhar outra pessoa”.[4]
Todos os conceitos acima descritos resumem o que Marie-France Hirigoyen[5] compreende como assédio moral Vejamos:
“qualquer conduta abusiva, manifestando-se sobretudo por comportamentos, palavras, atos, gestos, escritos que possam trazer dano à personalidade, à dignidade ou à integridade física ou psíquica de uma pessoa (...)”

Em verdade, o bullying é um gênero da espécie assédio moral. O assédio moral pode ser praticado por qualquer grupo de pessoas, enquanto o bullying é de exclusividade de crianças em idade escolar.
O conceito técnico que mais se aproxima do original, criado por Dan Olweus e aprimorado pela organização norte americana STOP BULLYING encontra-se na obra Manual Antibullying, do autor Gustavo Teixeira. Neste livro o bullying é conceituado como “comportamento agressivo entre estudantes. São atos de agressão física, verbal ou moral ou psicológica que ocorrem de modo repetitivo, sem motivação evidente, por um ou vários estudantes contra outro indivíduo, em uma relação desigual de poder, normalmente dentro da escola.
Ao trazer a baila todos os principais conceitos de bullying das mais respeitadas obras brasileiras, observamos um evidente conflito de conceituação, que abre precedentes para classificar como bullying diversos comportamentos agressivos ocorrido nas relações intersubjetivas.
No entanto, o conceito adotado por Olweus em seu estudo vestibular do tema é muito específico, bem como o conceito adotado pela organização norte americana STOP BULLYING.
Dan Olweus definiu o bullying ou vitimização da seguinte forma geral: Um estudante está sendo intimidado ou vitimado quando ele ou ela está exposto, repetidamente e ao longo do tempo, a ações negativas por parte de um ou mais estudantes[6].
Já o site da organização STOP BULLYING[7], o conceito de bullying é compreendido como um comportamento, indesejado agressivo entre crianças em idade escolar, que envolve um desequilíbrio de poder real ou percebida. O comportamento é repetido, ou tem o potencial de ser repetida, ao longo do tempo. Bullying inclui ações como fazer ameaças, espalhar rumores, atacar alguém fisicamente ou verbalmente, e excluindo alguém de um grupo de propósito.
No mesmo site observa-se o que não pode ser considerado como bullying:
Apesar de relatos da mídia, muitas vezes chamamos de comportamento, indesejado agressivo entre os jovens adultos "bullying", isso não é exatamente preciso. Muitas leis estaduais e federais abordam o bullying comportamentos semelhantes neste grupo etário sob condições muito graves, como trotes, assédio e perseguição. Além disso, a maioria dos jovens se sente desconfortáveis ​​com o termo bullying ao associá-lo com crianças em idade escolar[8].
Primeira infância geralmente marca a primeira oportunidade para as crianças a interagirem umas com as outras. Entre as idades de 3 e 5, as crianças estão aprendendo a conviver umas com as outras, colaborar, compartilhar e entender seus sentimentos. As crianças pequenas podem ser agressivas e agirem quando raivosas ou quando não conseguem o que querem, mas isso não é bullying. Ainda assim, há maneiras de ajudar as crianças[9].
A partir da inteligência dos conceitos originais e aperfeiçoados do bullying, percebemos que a doutrina brasileira abre precedentes para que muitas agressões sejam classificadas como bullying.
Contudo e considerarmos somente os conceitos observados na literatura original bem como os aperfeiçoamentos realizados por seu criador, pode-se, somente, considerar bullying as ações caracterizadas com a exposição continuada ao longo do tempo a um comportamento repetitivamente agressivo entre crianças em idade escolar, que envolve um desequilíbrio de poder.



[1] Fante, Cleo, Fenômeno Bullying: como prevenir violência escolar e educar para a paz, Campinas, 2. Ed. rev e ampl., Editora Versus, 2005, p. 27
[2] Silva, Ana Beatriz Barbosa, Bullying, Mentes Perigosas na Escola, Rio de Janeiro, Objetiva, 2010, p.22.
[3] Calhau, Lélio Braga, Bullying, o que você precisa saber: identificação, prevenção, e repressão, 2ª ed. Niterói, RJ, Impetus, 2010, p. 6.
[4] Chalita Gabriel, Pedagogia da Amizade, Bullying, o sofrimento das vítimas e dos agressores, São Paulo, 4ª ed., Editora Gente, 2008, p. 81.
[5] Hirigoyen, Marie-France. Assédio moral: a violência perversa no cotidiano/ Marie-France Hirigoyen; tradução de Maria Helena Kühner. 5ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002, p. 65.
[6] Olweus, Dan, Bullying At School, Editora Editora Blackwell Publishing, 2006, p. 9. “ I define bullying or victimization in the following general way: A student is being bullied or victimized when he or she is exposed, repedly and over time, to negative actions on the part of one or more other students.”
[7] Stop Bullying Org.: http://www.stopbullying.gov/what-is-bullying/definition/index.html, acessado em 9 de novembro de 2012, às 20h:10. Bullying is unwanted, aggressive behavior among school aged children that involves a real or perceived power imbalance. The behavior is repeated, or has the potential to be repeated, over time. Bullying includes actions such as making threats, spreading rumors, attacking someone physically or verbally, and excluding someone from a group on purpose.”
[8] Stop Bullying Org.: http://www.stopbullying.gov/what-is-bullying/definition/index.html, acessado em 9 de novembro de 2012, às 21h:20. Although media reports often call unwanted, aggressive behavior among young adults “bullying,” this is not exactly accurate. Many state and federal laws address bullying-like behaviors in this age group under very serious terms, such as hazing, harassment, and stalking. Additionally, most young adults are uncomfortable with the term bullying—they associate it with school-aged children.”
[9]Stop Bullying Org.: http://www.stopbullying.gov/what-is-bullying/definition/index.html, acessado em 9 de novembro de 2012, às 21h:20. Early childhood often marks the first opportunity for young children to interact with each other. Between the ages of 3 and 5, kids are learning how to  get along with each other, cooperate, share, and understand their feelings. Young children may be aggressive and act out when they are angry or don’t get what they want, but this is not bullying. Still, there are ways to help children.”

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

O COMPORTAMENTO DAS VÍTIMAS DE BULLYING E A RELAÇÃO COM A APRESENTAÇÃO DE ESTRESSE E DEPRESSÃO NESTES CASOS.



Originalmente o bullying é uma expressão para sinalizar o assédio moral praticado entre crianças e adolescentes, no entanto, nos anos de 2007 até 2011, ganhou enumeras variantes como o moblie bullying (bullying por mensagens de celular) e confundido com o mobbing, conhecido nos Estados Unidos e Inglaterra como bullying at the work e cyberbullying (bullying em ambiente virtual).
O bullying é um gênero de uma espécie de agressão denominada assédio moral, pois, segundo o conceito de Marie- France Hirigoyen[1], o assédio moral é um conjunto de atitudes perniciosas e imperceptíveis, praticadas no dia-a-dia, com a finalidade de humilhar o outro de forma perversa.
A exposição contínua aos ataques do bullying torna suas vítimas inseguras e pouco sociáveis, ato que dificulta o pedido de auxílio. Outras sequelas são: a passividade quanto às agressões sofridas, um círculo restrito de amizades, e muitos passam a ter baixo rendimento escolar, resistindo e simulando doenças com o interesse de não comparecer mais as aulas, ou até mesmo abandonando os estudos, e em casos mais sérios pode levar ao suicídio[2].
Conforme o professor Gustavo Teixeira[3], as vítimas de bullying apresentam comportamentos típicos.
Esse perfil psicológico é valioso para identificar vítimas de bullying sem expô-las a situações de inquirição direta, que são, na maioria das vezes, vexatórias. Vamos a análise desses perfis:
Conquista poucos amigos;
Desinteressa-se pelos estudos;
Passa o recreio sozinho;
Não possui um “melhor amigo”;
Tem medo de ir à escola;
Chega em casa com material rasgado;
Tem o dinheiro e outros pertences pessoais roubados com frequência;
Evita atividades escolares em grupo como passeios e ou atividades esportivas;
É xingado e ridicularizado ou recebe apelidos pejorativos por colegas da sala;
É agredido fisicamente sem ser capaz de se defender.
Nunca vai à casa de um colega da escola;
É excluído de brincadeiras em grupo;
Normalmente é o último a ser escolhido nos times de educação física;
Parece estar sempre desmotivado para ir à escola;
Fica inseguro e angustiado nos momentos de saída e entrada da aula;
Prefere a companhia de adultos na hora do recreio;
Mostra-se inseguro na sala de aula;
Diz preferir ficar sozinho na escola sem ter uma explicação para isso;
Nunca é convidado para festas de aniversário dos colegas da escola;
Apresenta queixas físicas como dores de cabeça enjoo ou indisposição nos momentos antecedentes à aula;
Quer mudar de escola, sem apresentar um motivo plausível.
Esses comportamentos geram um estado constante de estresse físico e mental que, em muitas vezes, resultam em graves patologias.
Para compreendermos os males do bullying na vida cotidiana das vítimas, é necessário compreender como o estresse age no corpo humano.
Vejamos o conceito de estresse e suas peculiaridades técnicas.
Estresse é essencialmente o grau de desgaste no corpo, que produz certas modificações na estrutura e na composição química. Algumas dessas modificações são sintomas de lesão física, outras são reações de adaptação que, servem como mecanismo de defesa contra o estresse.
O conjunto dessas modificações é conhecido como síndrome do estresse, é denominada como síndrome de adaptação geral (SAG), desenvolvida em três fases: reação de alarme, fase de resistência e fase da exaustão[4].
A reação de alarme subdivide-se em dois estágios, a  do choque e a do contra-choque. As alterações fisiológicas na fase de choque o indivíduo experimenta o estímulo estressor demasiadamente intenso.
Durante a Reação de Alarme, participa ativamente do conjunto das alterações fisiológicas o Sistema Nervos Autônomo (SNA). Este sistema trata-se de um conjunto neurológico que controla, de forma autônoma, todo o meio interno do organismo, através da ativação e inibição dos diversos sistemas, vísceras e glândulas[5].
Em outras palavras, as reações corporais desenvolvidas nesta fase são: dilatação das pupilas; estimulação do coração (palpitação), a noradrenalina, produzida nas glândulas supra-renais acelera os batimentos cardíacos e provoca uma alta de pressão arterial, o que permite uma melhor circulação do oxigênio; a respiração se altera (tornando-se ofegante) e os brônquios se dilatam para poderem receber maior quantidade de oxigênio; aumento na possibilidade de coagulação do sangue (para assim poder fechar possíveis ferimentos); o fígado libera o açúcar armazenado para que este seja usado pelos músculos; redistribuição da reserva sangüínea da pele e das vísceras para os músculos e cérebro; frieza nas mãos e pés; tensão nos músculos; inibição da digestão (inibição da produção de fluidos digestivos, inibição dos movimentos peristálticos do percurso gastrointestinal); Inibição da produção de saliva (boca seca)[6].
 A Fase de Resistência  caracteriza, basicamente, pela hiperatividade da glândula supra-renal sob influência do Hipotálamo, particularmente da Hipófise. Nesta fase, mais aguda, ocorre o aumento no volume da supra-renal, juntamente a uma atrofia do baço e das estruturas linfáticas, assim como um continuado aumento dos glóbulos brancos do sangue (leucocitose).
Dessa forma, a ação da Hipófise ao ativar todo o Sistema Endócrino ocorre porque o organismo precisa aumentar a concentração da quantidade de energia para a sua defesa. As descargas simpáticas na camada medular da Glândula Suprarrenal, ocasiona a liberação de catecolaminas nas situações emergenciais do estresse, ativando a glicogenólise no líquido extra-celular, e glicogênese no fígado, inibindo a insulina e estimulando o glucagon, estes dois últimos hormônios pancreáticos[7].
 De forma simplificada na fase de resistência o organismo é provido com fontes de energia rapidamente mobilizadas, aumentando a potencialidade para outras ações no caso de novos perigos imediatos serem acrescentados ao seu quadro de "Estresse" contínuo. O organismo procura ajustar-se a situação em que se encontra[8].
Na fase de exaustão há uma queda na imunidade e surgimento de doenças, como: dores vagas; taquicardia; alergias; psoríase; caspa e seborréia; hipertensão; diabete; herpes; graves infecções; problemas respiratórios (asma, rinite, tuberculose pulmonar); intoxicações; distúrbios gastrointestinais (úlcera, gastrite, diarréia, náuseas); alteração de peso; depressão; ansiedade; fobias; hiperatividade; hipervigilância; alterações no sono (insônia, pesadelos, sono em excesso); sintomas cognitivos como dificuldade de aprendizagem, lapsos de memória, dificuldade de concentração; bruxismo o que pode ocasionar a perda de dentes; envelhecimento; distúrbios no comportamento sexual e reprodutivo[9].
Ao explanarmos sobre todas as alterações biológicas que estresse causa a uma vítima, conclui-se com certeza que este estado físico compromete as relações sociais e acadêmicas de um aluno que é exposto continuamente as agressões do bullying.
Em casos nos quais a vítima é exposta sem trégua ao assédio moral do tipo bullying, é comum notar o acometimento de baixa auto estima e depressão em seus vários estados, o que necessita de acompanhamento profissional para amenizar os efeitos psicológicos da agressão.
Observemos os conceitos de depressão e seus efeitos psicossomáticos em suas vítimas.
A depressão, em especial nos casos de bullying, está intimamente ligada a perda ou a baixa da autoestima, a ausência de amor próprio é um dos sintomas mais característicos do bullying.
Conforme Andrew Solomon, a depressão “é a imperfeição no amor. Para podermos amar, temos que ser criaturas capazes de se desesperar ante as perdas, e a depressão é o mecanismo desse desespero. Quando ela chega, degrada o eu da pessoa e finalmente eclipsa sua capacidade de dar ou receber afeição[10]”.
A depressão deve ser acompanhada por sofrimento ou prejuízo clinicamente significativo nas relações sociais, profissionais ou por outras áreas da vida cotidiana do indivíduo[11].
A manifestação típica da depressão depende sempre da maneira como ocorreu o episódio depressivo, ou, da forma atípica quando a depressão se manifesta sem a ocorrência de qualquer episódio depressivo[12].
Conforme o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais,[13] os transtornos depressivos são classificados da seguinte forma:
Transtorno Depressivo Maior é caracterizado quando há um ou mais episódios depressivos maiores como humor deprimido e perda de interesse, por pelo período mínimo de duas semanas e acompanhados por quatro sintomas comuns da depressão.
Transtorno Distímico é caracterizado por humor deprimido durante o período mínimo de dois anos, acompanhado por sintomas depressivos adicionais que não satisfazem os critérios para um episódio depressivo maior.
Transtorno Depressivo Sem Outra Especificação[14] são os transtornos com características depressivas que não satisfazem os critérios para:
 Transtorno Depressivo Maior,
Transtorno Distímico,
Transtorno da Adaptação Com Humor Depressivo ou,
Transtorno da Adaptação Misto de Ansiedade e Depressão.
A partir desses conceitos concluí-se que o bullying é um tipo de assédio moral que causa danos morais e materiais para a vítima.
 Concluí-se também que a vítima do bullying desenvolve um processo depressivo devido à alta carga de estresse diário, o que compromete sua psique e seu físico, impedindo-a de praticar a contento suas atividades sociais e acadêmicas.
Concluí-se finalmente que, este estado doentio do corpo e da mente necessita de tratamento especializado, o que despende dinheiro e tempo dos familiares da vítima.
ALEXANDRE SALDANHA
OAB-PR nº 47.535
ADVOGADO, ESCRITOR, CIENTISTA, PALESTRANTE, ATIVISTA SOCIAL, BLOGUEIRO.
FUNDADOR DA LIGA ATNI-BULLYING
ESPECIALISTA EM BULLYING
ESPECIALISTA EM MOBBING
ESPECIALISTA EM DIREITOS DA PERSONALIDADE
PÓS-GRADUADO EM DIREITO CIVIL
PÓS-GRADUADO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL








[1] Fante, Cleo, Bullying escolar: perguntas & respostas/ Cleo Fante José Augusto Pedra.-Porto Alegre: Artmed 2008,  p.76
[2] Abrapia. Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção a Infância e a Adolescência Programa de redução do comportamento agressivo entre estudantes, disponível em:http:// www.bullyng.com.br, acesso em 20/jun/2007.
[3] Teixeira Gustavo, Manual Antibullying para alunos, pais, e professores, Rio de Janeiro, Best-seller, 2011, p.64 à p 66.
[4] Seleye Hans, Stress a tensão da vida, Editora Ibrsa, 1965, p.01.
[5] Ballone GJ, Moura EC - Estresse - Fisiologia - in. PsiqWeb, Internet, disponível emwww.psiqweb.med.br, revisto em 2008.
[6] Fonte: http://www.marcelomarcia.na-web.net/estresse.html, acessado dia 30 de novembro de 2012, às 14h: 37 min.
[7] Ballone GJ, Moura EC - Estresse - Fisiologia - in. PsiqWeb, Op.Cit.
[10] Solomon Andrew, O demônio da meia noite: uma anatomia da depressão, Rio de Janeiro, Objetiva, São Paulo, p.17.
[11] Joubert, J., Reid, C., Joubert, L., Barton, D., Ruth, D., Jackson, D., Sullivan, J. O., & Davis, S. M. (2006).  Risk factor management and depression post-stroke: The value of an integrated model of care. Journal of Clinical Neuroscience, 13(1), 84-90.
[12] Paula, Margareth Pereira de; Pinto, Kátia Osternack  e  Lucia, Mara Cristina Souza de. Relação entre depressão e disfunção cognitiva em pacientes após acidente vascular cerebral: um estudo teórico. Psicol. hosp. (São Paulo) [online]. 2008, vol.6, n.1, pp. 21-38. ISSN 1677-7409. 
[13] Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (2002). DSM-IV-TR. 4ª ed., Texto Revisado. São Paulo: Artmed
[14] Paula, Margareth Pereira de; Pinto, Kátia Osternack  e  Lucia, Mara Cristina Souza de. Relação entre depressão e disfunção cognitiva em pacientes após acidente vascular cerebral: um estudo teórico. Op.Cit.